tag:blogger.com,1999:blog-15438417703435142512024-03-13T05:33:46.019-07:00Amor Em Fúriafloramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.comBlogger152125tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-38084793221968235602011-11-06T02:29:00.001-08:002011-11-06T02:31:34.715-08:00Ponto Final<p><b><i><font size="4" face="Courier New">Cheguei ao final dessa estória. Não sei se é uma boa estória, se está bem escrita, se agradou ou não. Para mim, foi uma ótima experiência. Já escrevi muito ao longo de minha vida, mas nunca tive coragem de mostrar meus escritos... Um tanto de insegurança, talvez. E outro tanto de timidez.</font></i></b></p> <p><b><i><font size="4" face="Courier New">Com a internet, me senti segura e também protegida pelo anonimato para mostrar meus escritos. Isso também me incentiva a escrever mais e melhor, mas sem a pretensão de me tornar famosa, uma grande escritora nem mesmo que meu livro seja um best-seller...! Escrevo apenas pelo prazer de escrever.</font></i></b></p> <p><b><i><font size="4" face="Courier New">Aliás, já estou começando uma nova estória!</font></i></b></p> <p><b><i><font size="4" face="Courier New">Espero que a acompanhem também.</font></i></b></p> <p><b><i><font size="4" face="Courier New">Até a próxima!</font></i></b></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-23132606708147194502011-11-06T01:12:00.001-07:002011-11-06T01:14:50.742-08:00Capítulo 146<p align="justify"><font size="4" face="Courier New"><strong>Oito meses depois…</strong></font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">“Uma belíssima e discreta cerimônia foi realizada no Bistrô Delicado, na cidadezinha de Caiçara, esta semana.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Pedro Moura e Júlia Castro casaram-se oficialmente na quarta-feira. Mas o romance deles já dura dezoito anos!… Separados por muito tempo pelo destino, Júlia e Pedro reencontraram-se dezoito anos depois e decidiram casar.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Júlia, que já foi a poderosa Jaila Rivera, cuida do charmoso bistrô e do curso de culinária na fábrica da cidade, enquanto Pedro, divide seu tempo entre a fábrica, o bistrô e o seu restaurante Típico’s no Rio… Afeitos a badalação, eles só permitiram esta reportagem por insistência desta colunista. Júlia e Pedro receberam a família, e alguns amigos íntimos, incluindo esta colunista, em sua casa num coquetel. Mas nada de fotos, eles exigiram! Tudo bem, sem fotos.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">O que importa mesmo é que eles estão felizes com a vida nova.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Boa sorte, Pedro e Júlia!”</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ah, que danadinha! – exclama Júlia, dando uma risada.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__O que foi? – pergunta Pedro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__A Vitória prometeu que seria só uma nota! – ela mostra o jornal para o marido.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Prá mim tá legal.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sem foto, Pedro! – Júlia mostra o fim da reportagem para ele – Olha só!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Pedro ri.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ah, eu gostei…! Ficou legal!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Como assim ficou legal?…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Meu amor, a gente disse que não queria foto. Isso não é foto, Júlia…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Nós somos assim?!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Eles começam a rir.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Claro que não! – diz Pedro entre risos – Somos mais bonitos!</font></p> <p align="justify"> </p> <p align="justify"> </p> <p align="justify"><a href="http://lh3.ggpht.com/-ghnOaGaZg4w/TrZPhsK-iBI/AAAAAAAAAKM/cMBwfBoWT-Q/s1600-h/casal-615.jpg"><font color="#c15d1d"></font><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto; padding-top: 0px" title="casal 6" border="0" alt="casal 6" src="http://lh6.ggpht.com/-KIheuixZPuE/TrZPiqQVy-I/AAAAAAAAAKU/jqftZWmgoFA/casal-6_thumb13.jpg?imgmax=800" width="244" height="230" /></a></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New"></font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New"></font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New"></font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">E foram felizes para sempre… Para sempre?… Bom, isso não se aplica muito a essa estória… Melhor dizer apenas que o amor venceu, apesar de tudo e de todos, apesar de tanto desencontro, tanta mágoa, tanta fúria, tanta angústia… O amor venceu.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Melhor dizer que eles são felizes. E talvez sejam por muito tempo ainda…</font></p> <p align="justify">   </p> <p><font size="4" face="Courier New"></font></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-66624308847354590312011-11-04T11:36:00.000-07:002011-11-04T11:37:07.002-07:00Capítulo 145<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">A reação de Bruna foi de indiferença. Ela não ficou nem um pouco abalada com a partida de Pedro! Ela fez apenas um comentário impessoal e pronto. Trocou uma ou duas palavras com o marido antes de ele partir e só.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Espero que saiba o que tá fazendo, Pedro. – disse Bruna – Vai se enfiar naquele lugar odioso prá cuidar de uma fabriqueta de doces e um botequim de terceira categoria! Isto é a sua cara, querido!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__E você? Vai fazer o quê da vida?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não sei ainda. Talvez eu case de novo. – ela sorri – Com um milionário dessa vez!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tomara que dê tudo certo prá você, Bruna. Apesar dos erros teríveis que cometeu, alguns imperdoáveis, acho que merece ser feliz.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Obrigada, meu bem. Adeus, Pedro. Não teria mesmo dado certo entre nós… – ela o beija no rosto – Adeus.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Adeus, Bruna.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro lembra, enquanto não chega a Caiçara. Bruna está certa. Não teria dado certo entre eles por mais que tentassem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Já é quase noite quando finalmente chega a Caiçara. Cansado, ele procura um quarto no pequeno hotel da cidade. Ainda não pensou em alugar uma casa, mas quer morar perto da fábrica.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Voltar para Caiçara depois de tantos anos é ao mesmo tempo bom e ruim. Pedro gosta de lembrar os momentos felizes que passou ao lado de Júlia, a melhor época da sua vida… Mas os acontecimentos ruins, ele prefere esquecer.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">As pessoas da cidade olham para ele com curiosidade, algumas o conhecem, como o ex-prefeito Mateus e o delegado Valdomiro. Mas Pedro não está preocupado com o que os outros pensam. O que ele quer é viver em paz, aquela vidinha que planejou viver com Júlia no passado…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Quer conhecer o bistrô? – pergunta Caio um dos donos do pequeno hotel onde Pedro está morando – Acho que o senhor vai gostar…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Vamos lá!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">A fachada é muito bonita com arquitetura antiga lembrando os bistrôs de Paris… E o nome, um encanto: Bistrô Delicado. Pedro sorri antes de entrar, sentindo que agora sua vida vai dar certo de verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Muito bem decorado, um garçom arruma as toalhas das mesas enquanto outro varre o chão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ainda não abriu. – diz Caio – Estão esperando o senhor para dar as ordens…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como assim dar as ordens?…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__É o novo dono, não é? Então precisa dar as ordens!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não, não…! Eu não sou dono de nada! Vou administrar a fábrica, mas o bistrô é dos funcionários!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O gerente atual não entende muito bem da coisa… Sabe como é, seu Pedro… Gente do interior, não tá acostumado com essas coisas da cidade grande…! O senhor com certeza vai cuidar melhor disso aqui!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, eu vou dar uma ajuda. Posso ver a cozinha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Claro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro gosta do que vê. Tudo muito limpo e organizado, com uma decoração simples e delicada. A cozinheira parece bem experiente e os ajudantes também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Seu Pedro, já tem cliente no bistrô! – diz um dos garçons entrando na cozinha esbaforido – Quer falar com o gerente!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, e onde está o gerente?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Acho que o senhor vai ter de resolver isso, seu Pedro… – fala Caio – O gerente não vai aparecer hoje.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Porque não?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pediu demissão. Eu disse, ele não entende muito dessas coisas, estava todo atrapalhado!… Acho melhor o senhor resolver isso com o cliente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tá certo. Vou falar com o cliente. – ele diz, um tanto hesitante.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Sentada numa mesa de canto, a mulher de óculos escuros e vestido verde se levanta quando Pedro aparece.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Porque demorou tanto? – ela diz tirando os óculos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro abre um sorriso ao ver Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Júlia! O que tá fazendo aqui?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O que estou fazendo aqui?! Vim tomar um café, ora! – elase aproxima dele – Porque você demorou tanto, Pedro?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu… Pensei que tinha ido embora, prá Espanha… O que faz aqui, Júlia? – ele está atordoado e feliz ao mesmo tempo…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Jaila Rivera foi embora. Eu fiquei. – ela sorri antes de abraçá-lo – Eu estou aqui, querido… Júlia Castro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como assim?… Você vai ficar em Caiçara?…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sim, eu vou ficar. Com você. – ela diz antes de beijá-lo. – Eu te amo, Pedro. Nunca deixei de te amar. Mesmo quando pensava que não te amava, eu te amei. O que me fez desistir de bancar a “justiceira”, de querer prejudicar ainda mais sua família, foi o amor que sempre senti por você, querido. – as lágrimas caem de seus olhos sem que ela perceba… – Não podia continuar com aquela tolice se ainda amava você…!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu também te amo, Júlia. Sempre te amei. Fui covarde, um fraco, um completo idiota!… Devia ter enfrentado minha família e ficado com você, como eu queria…! Teria sido muito mais feliz. – ele sorri, abraçando-a forte – Vamos começar de novo, docinho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Claro, meu amor! Vamos começar tudo de novo! Juntos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mas e os seus negócios? Como vai ser sem você na El Madrid?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Anadyr estará no comando agora. As empresas agora serão administradas por ela. Passei minha ações prá Anadyr. Ela já era dona de uma parte das empresas, agora será a nova presidente da El Madrid.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Você entregou tudo prá Anadyr?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Benito deixou uma parte de sua fortuna prá ela, Pedro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro dá uma risada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Isso é ótimo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__A única pessoa em quem Benito confiava cegamente além de mim, era Anadyr. Ela nunca foi só uma secretária, meu amor. Ela é uma das herdeiras de Benito Rivera. Aliás, acho muito justo que ela assuma as empresas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, e agora o que você vai fazer da sua vida?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O que eu sempre quis fazer, meu amor: cozinhar! Você cuida das finanças e eu cuido da comida!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Eles se beijam apaixonadamente. Este momento durante muito tempo só aconteceu nos sonhos deles… Queriam muito estar juntos, se amando novamente e fazendo planos para o futuro… Durante muitos anos, ficou só na vontade, na imaginação… E agora, finalmente aconteceu!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Foi uma decisão muito fácil para Júlia. Estava no aeroporto quando se deu conta de que não tinha nada mais a fazer na Europa. Que sua estória como Jaila Rivera tinha chegado ao fim. Não precisava mais ser quem não era… Não precisava mais fingir que não amava Pedro. Ela é – e sempre será – Júlia Castro, a garota interiorana que adora cozinhar!…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">E quanto a Pedro, também foi bem fácil decidir que rumo dar a sua vida, mesmo sem ter Júlia ao seu lado. Seu divórcio aconteceu sem que sentisse culpa alguma… Libertar-se de seus pais também não lhe causou qualquer remorso… Ele, assim como Júlia, pode agora ser quem realmente é.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-57520464653143812402011-10-31T04:15:00.000-07:002011-10-31T09:20:16.890-07:00Capítulo 144<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">João sugeriu a Pedro que fosse para Caiçara conhecer a nova fábrica e o bistrô recentemente aberto em cooperativa com os operários. Pedro ficou entusiasmado com a idéia e já fez as malas. Natália e Rafael estão indignados com a decisão do filho de deixar o Rio para morar em Caiçara…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Se ainda fosse prá passar uma temporada, umas férias, tudo bem! – fala Natália – Mas morar de vez é um absurdo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Absurdo por quê, mãe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Porque aquele lugar é horrível, Pedro! Passamos momentos horríveis lá!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Vocês passaram, não eu. Tenho lembranças maravilhosas de Caiçara!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mas, meu filho, prá quê morar lá? – diz Rafael – Você pode administrar seus negócios daqui do Rio mesmo!… Nem precisa ir prá aquele fim de mundo!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Meu pai, fim de mundo é aqui, isso sim! Eu vou ficar bem, não se preocupem. Acho que vou ficar melhor lá do que aqui.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tem certeza?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Absoluta.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então tá. Mas vem nos ver de vez em quando? – Natália abraça o filho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Claro, mãe. E vocês também vão me visitar, hein! – ele beija Natália.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__É, talvez… Não gosto muito daquela cidade chinfrin, mas faço esse sacrifício por você, filhote!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então, eu vou indo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">E ele vai mesmo. Está entusiasmado, cheio de projetos na cabeça! Quer começar uma vida dessa vez mais simples e tranquila, como sempre desejou. Algo lhe diz que tudo vai dar certo dessa vez. Mesmo sem o seu grande amor, Pedro acredita que será feliz. Se a perdeu, fez por merecer. Não adianta nada lamentar. Até poderia lutar por ela, ir para a Espanha, “correr atrás do prejuízo” como se diz na gíria. Mas talvez não seja para ser, talvez não tenham de ficar juntos mesmo…</span></div><div align="justify"><br />
</div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-14135709164864935892011-10-31T04:12:00.000-07:002011-10-31T09:19:48.602-07:00Capítulo 143<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro sorri ao ver Sofia abrir a porta da mansão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como vai, dona Sofia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como Deus quer. E você tá fazendo o quê aqui?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu vim conversar com a Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Chegou tarde, moço. Ela foi pro estrangeiro de manhã. Já deve é tá quase chegando nessa tal Espanha…!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Já foi?… Tão rápido…?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pois é. Mas ela deixou umas coisa com o João, uns papel… Coisa do trabalho. – ela faz um gesto para ele entrar – O João tá no escritório.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ah, tá. Obrigado, dona Sofia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Sabia que talvez não a encontrasse mais. De certa forma, Pedro sabia que isso aconteceria. Mas tinha esperança de conversar com Júlia ainda que pela última vez…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Olá, João. Sua mãe disse que tem uns papéis prá mim… – fala Pedro entrando no escritório.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pois é. Minha irmã pediu prá te entregar isso. – ele passa um envelope grande a Pedro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro abre o envelope, curioso. Ora, mas que surpresa!…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mas isso é…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Exatamente, Pedro. O Típico’s é seu novamente. E a fábrica em Caiçara também.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro está pasmo! Porque ela fez isso?…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Que coisa…! Porque ela fez isso, João?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Justiça, talvez. – ele dá um sorriso – Talvez porque você também foi vítima da loucura de Bruna e compania… De qualquer maneira, eu acho justo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não posso aceitar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Claro que pode. Deve aceitar. Poderá recomeçar sua vida com tranquilidade, sem se preocupar com dinheiro. Não era o que você queria?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro respira fundo. O que queria mesmo era voltar no tempo e começar tudo de novo… Teria feito tudo diferente, teria seguido seu coração. E talvez hoje sua vida fosse melhor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O que eu queria era ficar com Júlia. Não devia ter casado com Bruna, nem aceitado a chantagem dos meus pais. Devia ter ficado com Júlia e deixar que meu pai e Álvaro pagassem por seus crimes. – ele diz com tranquilidade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Você ainda gosta dela?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sempre a amei. E talvez ela também me ame. Mas respeito a decisão dela. Não tenho o direito de exigir nada de Júlia à essa altura do campeonato. – ele se levanta e caminha até a porta – Obrigado, João. Vou considerar como um presente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Nada acontece por acaso, meu amigo. Para tudo há um propósito nesta vida… – ele sorri e levanta – Júlia não sobreviveu àquele incêndio a toa. Talvez tenha sobrevivido para que pudesse recomeçar a vida, para que tivesse uma segunda chance… Isso vale prá você também, Pedro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro saiu da mansão com o coração cheio de esperança. Quem sabe ainda consiga recuperar o tempo perdido?… E se não for tarde demais para ele e Júlia?… Mas como se ela foi para a Espanha e ele continua aqui?…</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-68786102828573914562011-10-24T15:48:00.001-07:002011-10-26T12:50:44.175-07:00Capítulo 142<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Ir embora. Taí uma coisa que Pedro adoraria poder fazer… Sumir, desaparecer, ir para bem longe…! E começar tudo de novo. Começar sua vida de novo, do zero. Ele soube por Paula que Júlia está voltando para a Espanha. Bem, ficou mexido sim. Não esperava pela atitude dela no final, principalmente em relação à Bruna e seu pai. Pedro ficou feliz por Júlia ter decidido encerrar essa estória, mas por outro lado, não gostou muito de saber que ela vai embora.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Vai perdê-la, pela segunda vez?… Vai deixá-la escapar novamente por conta da sua passividade, da sua falta de determinação?… Vai permitir que a mulher de sua vida se vá, pura e simplesmente por não ter coragem de tomar uma atitude radical, jogando tudo às favas?!…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Bem, talvez ele não seja mais o homem da vida dela. Talvez ela não queira mais retomar o relacionamento do passado… Será que Pedro quer? Uma coisa é certa para ele: seu casamento com Bruna acabou definitavamente. Na verdade, acabou faz tempo, ele apenas fingia que ainda havia alguma chance… E ainda mais agora, sabendo que Bruna foi capaz de tramar a morte de Júlia por inveja e despeito… Não dá para continuar com um casamento nessas condições. Bruna foi cruel e imatura. Também Júlia teve sua parcela de culpa nessa estória, quando resolveu destruir os Agostine e por tabela os Moura. Mas o crime de Bruna foi mais terrível e imperdoável. Ela destruiu duas vidas: a sua e a de Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">O que fazer agora? Está aflito, ansioso, não consegue pensar em outra coisa a não ser em Júlia…! E se for conversar com ela pela última vez? Tentar convencê-la a ficar e… Que loucura! Ele já está fantasiando!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pedro? Pedro, meu filho?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Hã? O que foi que disse, mãe?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu tô falando com você a séculos, Pedro! Acho que você devia procurar a Bruna e tenta reconciliar com ela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Porque?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ela é sua mulher, Pedro! Tantos anos de casamento jogados fora por uma bobagem!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Uma bobagem?… Tentativa de assassinato é bobagem, mãe? Bruna tentou matar Júlia naquele incêndio! Isso é crime, sabia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mas ela não morreu, filho! Não precisa crucificar Bruna por causa de uma coisa que na verdade nem aconteceu!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não aconteceu porque o destino não quis! Uma coisa dessas não dá prá perdoar, mãe.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Natália senta ao lado dele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__É por causa da Júlia, não é? Você quer se separar da Bruna prá ficar com aquela cozinheira de botequim, não é isso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não. A Júlia vai voltar prá Espanha, mãe. Tô pedindo o divórcio porque não amo a Bruna, nunca amei. – ele está sendo sincero pela primeira vez na vida! – E nunca vou amar. Esse casamento foi um erro. O maior erro da minha vida. – diz tudo sem culpa alguma… – Eu nunca devia ter casado com Bruna. Eu devia ter casado com Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pedro!… – Natália está indignada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não finja que não sabia disso, porque você sempre soube, mãe. Casei com Bruna por causa da nossa família, prá salvar a pele do papai. Prá que não ficássemos na miséria e ele não fosse prá cadeia. Foi por isso que desisti da Júlia, de viver a minha vida com a mulher que eu realmente amava… – ele segura a mão da mãe – E afinal de contas, meu sacrifício foi em vão porque ficamos na miséria e o papai ainda corre o risco de ir prá cadeia. Mas agora, sei que vocês podem se virar sozinhos. Não preciso me sacrificar mais por vocês. Tenho que seguir com minha vida e vocês dois têm de seguir com a de vocês. – ele beija a mão da mãe – Eu vou seguir meu rumo, dona Natália. E você?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como assim seguir seu rumo? Vai atrás daquela mulherzinha?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não, não vou atrás de Júlia. Não fui quando deveria ir, há dezoito anos atrás, não farei isso agora. Vou correr atrás da minha vida, mãe. Só isso.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-58408201428580793102011-10-24T14:02:00.000-07:002011-10-26T12:50:04.741-07:00Capítulo 141<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">O dito pelo não dito. Assim ficou definida toda essa estória depois da declaração bombástica de Júlia em rede nacional. Até Anadyr ficou surpresa! A verdade é que Júlia “limpou a barra” de Bruna ao dizer que não tem mais motivos para vê-la na cadeia… E ainda devolveu um pouco da dignidade de Pedro e Rafael. Depois de muito pensar, Júlia chegou a conclusão que deve voltar à Europa e deixar as coisas como estão aqui no Brasil.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Foi tudo em vão? Todos os seus esforços em destruir os Agostine, em humilhar Pedro e Bruna foram em vão? Foi tudo em vão, afinal? Seu plano de anos, tão bem elaborado para ter os Agostine e os Moura em suas mãos, foi em vão?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">O que ela realmente queria? Vingança, justiça?… As duas coisas, talvez. Mas no fundo de seu coração, ela só queria mostrar a todos que conseguiu vencer apesar de tudo o que fizeram para prejudicá-la.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">E mais no fundo ainda, ela queria mostrar a Pedro que sobreviveu a ele. E talvez, quem sabe, reencontrar seu amor do passado… Mas nada saiu como imaginou. O que lhe resta agora? Sair de cena, encerrar o show.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__As malas já estão prontas, Júlia. – diz Anadyr.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tudo bem, amiga. Vou me despedir dos meus pais.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Você tá bem, querida?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sim, estou bem. Agora eu estou bem.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-79794140167929566432011-10-22T04:06:00.000-07:002011-10-26T12:49:33.226-07:00Capítulo 140<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Uma reviravolta. Foi o que aconteceu no dia seguinte ao depoimento de Pedro Moura. Em uma entrevista coletiva, Júlia ou melhor, Jaila Rivera, surpreendeu a todos… Ou quase todos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a presença de todos. Embora a ocasião não seja das mais agradáveis, quero agradecer por se disporem a me ouvir. – diz Júlia – Como todos devem saber, eu sou Jaila Rivera. Mas meu nome verdadeiro é Júlia Castro e nasci na cidade de Caiçara. Há dezoito anos, eu fui vítima de uma intriga que quase me custou a vida. Eu tinha dezessete anos e estava apaixonada por Pedro Moura, que na época também era noivo de Bruna Agostine… – ela respira fundo – Essa parte da minha vida nunca foi revelada. Quando descobri que Pedro era noivo fiquei desnorteada, pois acreditei nas promessas de amor que ele fez… Bruna ao contrário, reagiu com calma e até certa frieza. Eu fui atraída para uma armadilha num galpão em Caiçara, planejado por Bruna com a conivência de seus pais… Ela me surrou e ateou fogo ao galpão… Eu estava grávida e perdi o bebê. Quase morri. Aliás, todos pensaram que eu tinha morrido no incêndio. Mas eu sobrevivi e tratei de continuar vivendo como outra pessoa, longe de Caiçara. Quando conheci Benito minha vida de fato mudou. Ele foi um grande amigo e incentivador… Eu ansiava por voltar ao Brasil para fazer justiça. Mas agora, acho que não preciso fazer nada. A justiça já foi feita pelo destino. Bruna e sua família já foram suficientemente punidos. Por isso esta entrevista hoje. Quero dizer que vou encerrar o caso do incêndio. Afinal, a minha vida mudou graças à maldade de Bruna!… Também estou devolvendo o restaurante Típico’s a Pedro e uma parte do Casanova a Álvaro e Rafael. – ela sorri de leve – A vida segue. As pessoas mudam, umas para melhor outras para pior… E algumas nunca mudam. Eu mudei. Não sei se para melhor ou pior… A vida me mudou. Espero ter esclarecido as coisas. Quanto ao caso do incêndio que foi reaberto em Caiçara, ele será encerrado definitivamente. Vamos deixar as coisas como estão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Jaila, o que você pretende fazer agora? Antes você estava tão segura sobre o caso do incêndio e agora desistiu de levá-lo adiante… – pergunta um jornalista. – Porque essa mudança repentina?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não foi repentina. Eu venho pensando nisso, em encerrar essa estória desde que voltei ao Brasil. Não estava sendo justa comigo nem com as outras pessoas envolvidas… Queria justiça, mas a troco de quê? Não faz mais sentido.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então o que pretende?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Retornar a Espanha. Lá é o meu lugar agora. Vou voltar prá Madrid e continuar minha vida.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mas você também tem algumas contas a acertar com a lei… Como fica isso?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, falsa identidade é crime, eu sei. Mas eu não assumi uma outra identidade prá prejudicar ninguém. Apenas omiti algumas coisas e acrescentei outras… Mas em momento algum tive a intenção de prejudicar ninguém.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__E quanto ao Álvaro Agostine? Parece que você agiu de forma a levá-lo para o fundo do poço…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não, absolutamente. Álvaro sempre teve má índole.É ganancioso, egoísta, arrogante… Ele teve uma chance de apagar essa imagem uma vez com a presidência da El Madrid no Brasil e a desperdiçou. Um homem honesto jamais roubaria quem lhe deu a mão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então não vai haver processo contra você por falsa identidade?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Quem vai me processar?… Se isto acontecer, responderei numa boa. Mas não acredito que exista alguém interessado em levar isso adiante. </span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-64929980091266433402011-10-19T05:47:00.000-07:002011-10-19T05:50:36.955-07:00Capítulo 139<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Júlia anda de um lado para o outro da sala. Sentada num sofá, sua mãe a observa.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O que você tem, menina? Porque essa aflição toda?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu não sei… Imaginei muitas vezes o dia em que voltaria a Caiçara, triunfante, poderosa… Não mais a garota boba e pobre, mas uma mulher vivida e rica!… Eu pensava nisso todos os dias na Espanha, mãe. Queria voltar prá fazer justiça, prá colocar aqueles miseráveis na cadeia… Queria voltar prá reencontrar minha família, ajudá-la… Confesso que senti uma pontinha de vingança… Mas agora…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Agora o quê?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não sei. Não sei se quero mesmo levar isso adiante, mãe. Não sei se quero “fazer justiça”!… Eu realmente não sei se o que tô fazendo vale a pena. – ela senta ao lado da mãe.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tá querendo dizer que não quer mais botar a Bruna na cadeia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Júlia suspira.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Acho que talvez não tenha mais sentido isso. Ela já foi punida, não foi?… Já foi punida com um casamento sem amor, uma vida de privações… Não sei se vale a pena continuar com isso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__É por causo do Pedro, né? Tá querendo parar com tudo por causo dele.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Não, não. Acho que é por mim. Afinal, eu sobrevivi a tudo e a todos!… O mal que eles me causaram se transformou em bem! De certa forma, devo agradecer a Bruna pelo que me fez passar… – ela sorri de leve – Eu não gosto dela, admito. Mais por causa do Pedro do que por mim. Acho que nunca superei a rejeição dele, mãe. – Júlia começa a chorar – Eu esperei tanto dele e o que ele fez?! Casou com a idiota da Bruna! Por dinheiro! Eu esperava que ele terminasse o noivado com ela e assumisse nosso namoro. Era o que eu esperava que ele fizesse. Então, agora nada disso faz muito sentido, entende?… Eu o perdi e ponto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Tá pensando em desistir de tudo? não quer mais botar a jararaca na cadeia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Estou pensando em como consertar as coisas, mãe. Chega de briga, de vinganças, de sofrimento!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Sofia sorri.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bom, eu não sou a melhor pessoa práte dar conselho… Mas faz o que teu coração quer, Júlia.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-27874484857967280232011-10-19T05:14:00.000-07:002011-10-19T05:50:02.666-07:00Capítulo 138<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">O depoimento de Bruna foi rápido. Depois dela, foi a vez de Pedro depor. Aliás, ele está muito abatido, ainda abalado com as revelações de Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Saber que Júlia está viva deixou-o muito feliz, ele não nega. Mas ao mesmo tempo, ficou decepcionado. Esperava que ao menos ela o tivesse perdoado… Bem, nem mesmo ele se perdoou. Tudo o que ela disse sobre sua vida depois que foi embora de Caiçara, foi muito chocante. Pedro queria que as coisas fossem diferentes agora que Júlia voltou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Também ele teve sua parcela de sofrimento nesses anos todos… Viver um casamento sem amor, pressionado pela família, foi muito difícil. E ver sua família em decadência e saber que todo o seu sacrifício foi em vão, também lhe causou muito sofrimento.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">A sua covardia, a sua fraqueza, a sua maldita passividade, foram responsáveis por todos os erros que cometeu em sua vida! Se agora não há mais chance com Júlia, a culpa é sua e não dela. Mas por outro lado, ficou indignado ao saber que foi ela a responsável pela derrocada de sua família. Mesmo com todo o mal que Álvaro e Rafael causaram a Júlia, ela não podia ter feito o que fez!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Assim que entra na delegacia, Pedro respira fundo. Sabe que terá de falar sobre coisas íntimas do passado e algumas coisas bastante desagradáveis… Isto, decididamente, não será fácil.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bom dia, Pedro. – diz o delegado – Sente-se, por favor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Obrigado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, Pedro, vamos começar do início? Você e Júlia Castro tiveram um romance no passado?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sim.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mesmo sendo noivo de Bruna Agostine…?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sim. Júlia e eu nos apaixonamos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__E sua noiva não sabia desse “romance”?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Claro que não. Eu era jovem, delegado, estava muito apaixonado por Júlia… Ela era diferente das garotas do Rio, muito mais delicada e ao mesmo tempo decidida, com personalidade…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Diferente da sua noiva, suponho.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Sim, muito diferente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__E qual a reação de Bruna ao descobrir seu caso com Júlia?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ela ficou tranquilia. Estranhamente tranquila, apesar do escândalo que foi na época… Na festa de noivado, a Júlia apareceu e acabou descobrindo que eu estava noivo da Bruna.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">O delegado arregala os olhos.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ah, sim…! Então Júlia também não sabia do seu noivado?… Interessante. Elas discutiram, brigaram…?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Bem, não foi a melhor situação que vivi… Como disse, foi um escândalo. Júlia ficou muito revoltada. E Bruna, pareceu não se abalar tanto… – Pedro respira fundo – Afinal, ela era a noiva e tinha certeza de que não seria trocada por uma garota do interior.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__E de fato, não foi. – o delegado sorri largamente – Quando terminou com Júlia, como ela reagiu?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Mal, muito mal. E com toda razão. Eu… Eu não fui correto com ela. E nem com Bruna. Acho que agi muito mal, fui infantil, inseguro… A minha posição na época provocou toda aquela tragédia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Como assim?</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__A Júlia era uma menina ingênua, inexperiente… Eu não tinha o direito de fazer o que fiz com ela…! Mas eu não tinha saída. Minha família estava passando por uma situação muito difícil… Problemas com a lei, problemas financeiros… E meu casamento com Bruna resolveria tudo. – ele está envergonhado ao falar desse assunto…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ah, sim… Entendi. Você casou com Bruna prá salvar sua família. E rejeitou a Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu não… Não rejeitei a Júlia. Eu fiz uma escolha, delegado. Hoje posso dizer que foi uma escolha errada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__O que aconteceu no dia do incêndio no galpão? Onde você estava?</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-36912450154692661492011-10-14T14:12:00.000-07:002011-10-19T05:49:25.427-07:00Capítulo 137<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Ao sair da delegacia, Júlia encontra Bruna. Ela dá um sorriso e diz:</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Você não vai se dar bem, garota! Vai ficar presa, sua jeca idiota!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Júlia respira fundo, põe os óculos escuros e antes de entrar no carro responde:</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Pode xingar e esbravejar o quanto quiser, Bruna. A criminosa aqui é você. Vai ter muito tempo para refletir sobre sua vida na cadeia. Não pense que só porque se passaram dezoito, vinte anos que não responderá por seus crimes. Aliás, você é a mulher mais burra que eu já vi na vida! Queria manter o amor do Pedro, mas fez tudo errado…!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Ah, então é isso…! Você tá querendo o Pedro de volta! Armou todo esse circo só prá ficar com ele! Se eu for presa, ele vai ficar sozinho e você vai dar o bote outra vez!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu não quero o seu marido, Bruna. E sabe por quê? Porque eu já tive um homem de verdade. E se fosse me envolver com outro homem teria de ser um homem a altura do meu falecido marido. E isso, com certeza, o Pedro não é.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-69409563535698294552011-10-13T11:51:00.000-07:002011-10-19T05:48:52.138-07:00Capítulo 136<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">O delegado Valdomiro recebe Júlia com um sorriso nos lábios e é extremamente gentil, oferecendo uma cadeira para ela em seu gabinete. Compreensível, afinal não se trata de uma testemunha qualquer de um crime qualquer... Trata-se de Jaila Rivera, uma das mulheres de negócios mais ricas da Europa e de uma tentativa de assassinato ocorrida há quase vinte anos atrás. </span></div><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;"> </span><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Por favor, senhora. Fique a vontade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Obrigada, delegado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Essa situação deve ser muito constrangedora para a senhora...</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Absolutamente não, delegado. Eu me preparei esses anos todos para esse momento. - ela sorri - Pode começar quando quiser.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Claro, claro... A senhora pode dizer como o incêndio começou no galpão?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Sim. Bruna tinha um galão de gasolina, eu creio que era gasolina, ela me empurrou para longe e depois ateou fogo ao galpão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__A senhora e d. Bruna Agostine discutiram no galpão? Houve uma briga, algum desentendimento...?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Delegado, a Bruna queria me afastar do Pedro, na época noivo dela. Eu estava grávida e por ingenuidade acreditei no suposto recado de Pedro para nos encontrarmos no galpão e conversar. Mas quem estava a minha espera lá era Bruna. Ela fez ameaças, me deu um murro, eu caí, sofrendo um aborto... Então ela disse com todas as letras que eu sofreria um acidente fatal e ateou fogo ao galpão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__A versão de d. Bruna é bem diferente...</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Claro que é! Ela queria me matar e pensou ter conseguido. Por isso inventou toda aquela estória, invertendo as coisas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Mas acontece que não há provas contra d. Bruna.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Eu sou a prova, delegado! Não é suficiente? Além disso, há o diário de Sílvia de Assis, que me socorreu naquela época e cuidou de mim durante muito tempo. Ela anotou tudo o que eu contei, toda a estória. E o próprio Pedro pode confirmar sobre o encontro. É simples assim, delegado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Bem, vamos começar do início, então. Fale da sua relação com Pedro Moura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">O delegado é um imbecil! É o que Júlia acha. E pelo jeito ele conduzirá este caso muito mal, pois está totalmente inseguro...! Tudo bem, pensaráem alguma coisa. Por enquanto, vai chamar seu advogado para ajudá-la com essa situação.</span></div><br />
<div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-21183374280374240062011-10-13T08:00:00.001-07:002011-10-13T10:37:48.883-07:00Resolvendo problema de postagens<p style="TEXT-ALIGN: justify">Já resolvi o problema com as postagens! Retornarei em breve!</p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-61759683238355769842011-10-12T17:04:00.000-07:002011-10-12T17:12:52.060-07:00Capítulo 135<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">O ex-prefeito Mateus está parado na porta da delegacia com um sorriso enorme nos lábios, ajeitando a gravata e acenando para todos ao mesmo tempo... É um pavão mesmo!</span><div align="center"></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">Quando o carro para e Júlia sai, é ovacionada pelo povo. Que coisa mais louca...! Ela sorri, de leve, tira os óculos escuros e se volta para o ex-prefeito.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Como vai, Mateus? - ela diz - Está se candidatando novamente?</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">Ele ri, um riso nervoso e ao mesmo tempo sem jeito.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Não, não!... Essa demonstração de afeto toda é prá você, Júlia!</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Prá mim? Eu que quase fui linchada por essa gente?! Me poupe, Mateus!</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Vamos entrar? - fala Anadyr.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">__Claro. O delegado deve estar a minha espera. - ela sorri e encara Mateus - Deixo-o nos braços do povo, querido! Não é uma ótima oportunidade para retornar à política?...</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-14948949470498909262011-10-12T16:52:00.001-07:002011-10-12T17:12:16.000-07:00Capítulo 134<div style="text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; font-size: large;">A cidade está em polvorosa! Quando o carro de Júlia entra na avenida principal de Caiçara, uma multidão se acotovela nas calçadas, tentando vê-la... Isso é tão irônico! As mesmas pessoas que a julgaram vadia, golpista, chantagista e até assassina, agora vibram e a saúdam como uma celebridade...!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: grey;"><br />
</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-70190450869419216912011-10-12T16:45:00.000-07:002011-10-12T17:11:36.277-07:00Capítulo 133<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">A situação de Bruna perante a lei não é das melhores. A polícia reabrirá o caso em Caiçara e novos depoimentos serão feitos. Júlia também terá de prestar contas à Justiça por conta da sua nova identidade, mas talvez fique livre.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Álvaro e Rafael, por sua vez, serão responsabilizados pelos “rombos” na El Madrid durante a administração deles. Eles sim, podem ir para a cadeia…</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">E a própria Bruna, poderá ver o sol nascer atrás das grades se ficar comprovado que foi a responsável pelo incêndio no galpão com a intenção de matar Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">A boa notícia em meio a tanta desgraça é que Júlia conseguiu se entender com os pais. A reação de Sofia diante da verdade foi de desespero e arrependimento… Ela se sente culpada por não ter apoiado a filha quando mais precisava. Francisco também ficou muito arrasado e chocado, mas foi o primeiro a se aproximar de Júlia.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Aliás, Júlia só lamenta não ter encontrado sua irmã Eduarda. Procurou por ela durante muitos anos, descobriu que Eduarda estava em Manaus vivendo como prostituta… Foi um choque terrível. Tentou entrar em contato com ela, mas não conseguiu. Eduardo mudou-se novamente, para o Acre e desde então Júlia não soube mais dela. Ela não contou aos pais sobre como a irmã vivia, disse apenas que morava no interior do Amazonas. Apenas João sabe a verdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Hoje Júlia irá depor em Caiçara. Nunca pensou que voltaria a sua cidade nessa situação… Está cheia de expectativas.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-66990521703834552532011-10-12T16:27:00.000-07:002011-10-12T17:07:28.536-07:00Capítulo 132<div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">É o fim. O fim de um ciclo, de uma era, de um amor. Simplesmente acabou, depois de tanto sofrimento, de tanta luta e transformação…! Já era tempo. Júlia não sabe o que fazer agora. Não se sente vitoriosa como esperava… Está triste e ao mesmo tempo aliviada. Mas de todos os sentimentos que se confundem dentro de seu coração, o mais improvável: amor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Sim, ela ainda ama Pedro. Talvez nunca tenha deixado de amar… No fundo, bem lá no fundo, ela sabia disso. Apenas não tinha muitas esperanças de recomeçar com Pedro. Começa a chorar convulsivamente, sozinha, encolhida num canto do escritório. Uma dor, uma angústia, uma tristeza imensa… Agora sabe que jamais será feliz completamente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">De que adianta Pedro se divorciar agora? Júlia o ama, mas não quer ficar com ele. Parece estranho e contraditório, mas é assim que ela sente. Assim que toda essa estória acabar, voltará para a Espanha. E aí sim, será o ponto final nesta fase de sua vida.</span></div><div align="center"></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-48903500739857840262011-10-11T15:19:00.001-07:002011-10-12T17:06:48.128-07:00Capítulo 131<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Pedro respira fundo e encara
Júlia. Incrível como ela se transformou…! Nem de longe parece a Júlia que
conheceu. Ela está diferente por dentro e por fora. Pedro ficou feliz e aliviado
ao mesmo tempo ao descobrir toda a verdade. Principalmente que Júlia estava
viva. Mas as coisas aconteceram de maneira muito estranha nesses anos
todos…</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">Ele se indaga, assim olhando
para ela, se teria feito alguma diferença se não acreditasse nas mentiras de
Bruna, se tivesse ficado solteiro, se tivesse lutado pelo amor dela… Talvez ela
tenha razão ao dizer que é um covarde, um fraco. Não foi capaz de fazer a única
coisa certa a ser feita: lutar para ficar com Júlia. Isto o amargura, o aflige…
Ela é tão linda, tão… Como pode perder o amor de sua vida por causa de dinheiro,
status, aprovação?… Porque foi isso que ele fez. Desistiu de Júlia logo no
primeiro obstáculo e deixou-se levar pela opinião dos outros e não por seu
coração… Agora não dá mais para voltar o tempo e refazer tudo. Agora é tarde
demais.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Entendo. Seria muito bom se
aquela Júlia voltasse… – ele sorri – A garota que eu amei tanto…! Fui
verdadeiramente feliz com você, Júlia. Depois daquela época, nunca mais fui
feliz. E talvez não seja até o fim dos meus dias.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu também fui feliz. Mas
agora os tempos são outros, Pedro. Eu não tenho mais dezessete anos. Tenho
trinta e cinco anos. E tive uma vida muito boa nesses quase vinte anos… Tive um
excelente marido e companheiro que me amou incondicionalmente, sem exigir nada
em troca… Alguém que acreditou e confiou em mim cegamente, sem dúvidas ou
hesitações… Por causa dele e por minha causa também, consegui chegar onde estou,
ser quem eu sou.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então… O seu amor por mim
acabou…? – ele pergunta.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu te amei durante muito
tempo, Pedro. Quando fui prá São Paulo começar de novo, quando não tinha o que
comer, nem onde morar, eu te amei. Quando conheci um mundo novo na Europa e as
inúmeras possibilidades profissionais que conquistei, eu te amei. Quando casei
com Benito, eu te amei também. Mas você era só uma fantasia louca da minha
cabeça, um sonho do passado. Eu fui humilhada pela sua família, por Bruna, fui
apontada como vadia e golpista por todos na cidade, fui rejeitada pelos meus
pais, fui quase morta num incêndio, fui ao fundo do poço, enfim. Diante desses
acontecimentos, não tinha mais como te amar.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Então é mesmo o
fim?…</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Para mim, é. Espero que seja
prá você também, Pedro. – Júlia caminha até a porta – Adeus, Pedro.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Eu vou pedir o
divórcio.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: 'Courier New'; font-size: large;">__Adeus, Pedro.</span></div>
<div align="center">
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13104139195441925015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-39980377700084774842011-10-11T10:13:00.000-07:002011-10-11T10:16:17.121-07:00Enquanto isso...<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><b><br /></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-family: 'Courier New', Courier, monospace;"><b>Estou com problemas para publicar as postagens. Alguns capítulos podem demorar um pouco a serem publicados. Em breve, retornarei.</b></span><br />
<div align="center" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;">
</div>
floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-91146811196274844022011-10-07T15:26:00.001-07:002011-10-11T10:09:47.219-07:00Capítulo 130<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Depois de tantos anos, o momento tão esperado por Júlia finalmente acontece.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Estão frente a frente de novo. Mais velhos, mais experientes, mais sábios talvez… Pedro cruza os braços e respira fundo antes de sentar no sofá.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu realmente pensei… Acreditei na estória de Bruna sim. Todos acreditaram. Você estava morta e Bruna era a única testemunha do que aconteceu naquele galpão. – ele fala – Você estava morta, Júlia. A minha cabeça deu um nó quando soube… Queria acreditar em você, mas as evidências eram fortes demais…! Não apenas eu, mas todos acreditaram nela. Não havia como provar que Bruna estava mentindo!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sinceramente, não me importa se você acreditou ou não. Agora não importa mais. Durante muito tempo eu me preocupei se você realmente acreditava nas atrocidades que Bruna disse sobre mim… Tinha esperança de que houvesse em você uma fagulha de amor ou justiça por mim. – diz Júlia – Mas você casou com ela, a despeito de tudo o que vivemos juntos… O seu amor não era verdadeiro, pois aceitou casar com Bruna tão rápido!… – ela anda de um lado para o outro com as lágrimas correndo pelo rosto – Eu sofri muito por sua causa, Pedro. Sofri pensando que talvez estivesse sofrendo também… Que coisa mais tola! Eu perdi meu filho, o amor dos meus pais, minha casa, meu emprego, roupas, tudo… Só não perdi a dignidade. Por anos me alimentei dessa desgraça que me causou… Cheguei a te odiar, a pensar em vingança… Mas depois, vi que ódio e vingança não me levariam a lugar nenhum.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu também sofri, Júlia. Muito. E não foi assim tão fácil decidir minha vida… Fiz o que devia fazer, o que na época me pareceu mais correto. Mas você não pode me julgar, não pode me condenar. Se tivesse aparecido logo depois do incêndio, talvez as coisas tivessem sido diferentes…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Aparecer depois do incêndio?… Eu não tinha condições físicas de aparecer, Pedro! Eu tive queimaduras graves no corpo, sofri um aborto, como podia aparecer?! Sabe o que eu acho?… Que você é um personagem de livro de fantasia, que vive num mundo irreal, absurdo! Não consegue enxergar as coisas como realmente são! Eu estava arrasada, psicológicamente fragilizada, com meu rosto deformado! – ela para em frente a ele – Eu não podia e nem queria voltar.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Se tivesse contado a polícia tudo o que aconteceu… Mesmo estando no hospital, se tivesse denunciado Bruna…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu não era ninguém, Pedro! Era só uma garota do interior, ignorante, pobre e sem nenhum poder! Jamais acreditariam em mim.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Meu Deus, como você teve coragem de fazer o que fez?… As coisas horríveis que fez contra minha família… Como teve coragem?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Coisas horríveis… Seu pai é um crápula, Pedro. Sua mãe uma deslumbrada egoísta. Seu pai roubou o Benito! Junto com o seu sogro, ele quase arruinou o meu marido! Além disso, sua “família” fez coisas muito piores contra a minha.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Ele se levanta e se aproxima dela, olhando-a nos olhos.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Você não era assim, Júlia. Não era vingativa, cruel, fria… Arrogante e egoísta…! Você era meiga, delicada, suave… – ele sorri – Era um doce.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__O doce estragou. Você estragou tudo, Pedro. Com a sua fraqueza. E tem razão: eu não era assim. Mas você, não mudou nem um milímetro, Pedro. E sabe o que é mais triste? Eu tive a ilusão de que quando nos reencontrássemos você estaria mudado… E que talvez houvesse alguma chance para nós. – Júlia respira fundo e cruza os braços – Ilusão idiota, um resquício daquela menina ingênua e crédula de Caiçara…!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu prefiro aquela menina, se quer saber. Era autêntica, franca… Sem dissimulações, sem manipulações. – ele diz e se aproxima ainda mais dela – Há alguma chance daquela Júlia voltar?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Não. Ela está morta há quase vinte anos. E deixou a mim em seu lugar.</font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-60870997225056434702011-09-30T16:15:00.001-07:002011-10-11T10:09:24.196-07:00Capítulo 129<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Um silêncio de morte enche a sala. Júlia continua parada olhando para Pedro, tentando decifrar o que se passa na cabeça dele… A agitação de Bruna, que anda de um lado para o outro, incomoda-a. Álvaro parece muito chocado e preocupado agora que sabe a verdade, pois não para de esfregar as mãos… Pedro, por sua vez, está, digamos, anestesiado. Ele começa a unir os pontos dessa estória, desde o início, quando Júlia soube que era noivo de Bruna… Começa a montar este quebra-cabeça que se tornou a morte de Júlia…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">As coisas que Bruna disse sobre Júlia, com tamanha convicção e lucidez… O modo frio como conduziu a situação, fazendo com que todo mundo acreditasse na culpa de Júlia… Ele mesmo acreditou que ela só queria dar o golpe, que não o amava de verdade…! Pedro respira fundo, segura Bruna pelo braço e diz:</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Porque você fez isso? Porque tentou matar a Júlia?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu não fiz nada! – Bruna grita – É tudo invenção dessa mulher! A Júlia tá morta, Pedro! Essa mulher não é a Júlia!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Porque destruiu a minha vida dessa maneira, Bruna? – agora é ele quem grita – Porque inventou essa mentira de que tinha sido ameaçada e chantageada por Júlia quando foi exatamente o contrário?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Foi ela quem destruiu a tua vida, Pedro! Foi a maldita Júlia quem destruiu a nossa vida quando atravessou o nosso caminho naquela cidade infeliz! Ela queria o teu dinheiro, seu idiota! Inventou uma gravidez, pediu dinheiro prá se afastar e depois, prá completar, tentou me matar naquele galpão! – fala Bruna sacudindo os braços no ar, completamente descontrolada…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Para com esse teatro, Bruna! Não tem mais show! – diz Paula – Você sabe muito bem que essa é a Júlia! E sabe também que terá de pagar pelos seus crimes!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Crimes? Que crimes?! Foi um crime lutar pelo meu amor? Desde quando lutar pela felicidade é crime, Paula?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Por favor, calem-se! – grita Júlia – Não há mais o que debater, nem o que questionar. Eu não voltei para ouvir suas lamúrias, Pedro. Voltei para fazer justiça. Sua esposa, assim como os pais dela, que contribuíram para a minha desgraça, serão punidos. Não por mim, mas pela lei. O delegado está aqui exatamente para isso: fazer cumprir a lei.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Não há provas! – diz o delegado – Será sua palavra contra a de Bruna! Além disso, depois de quase vinte anos, o crime prescreveu…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Eu sou a prova, delegado. Não entendo só de culinária, conheço um pouco da lei também… Neste caso, eu sou a vítima, delegado. Eu sofri um atentado de morte, mas sobrevivi prá contar a estória e colocar essa vagabunda na cadeia!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Júlia, precisamos conversar. – fala Pedro – A sós.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Não temos mais nada prá conversar, Pedro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Temos sim. Vamos conversar a sério, só nós dois.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Há vinte anos atrás eu te procurei para ter essa “conversa séria”… Há vinte anos, Pedro. Agora não precisa mais.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Precisa sim! Eu preciso saber tudo o que aconteceu de verdade!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ah, você ainda não sabe?!? Você sempre foi um tonto, mas dessa vez se superou, Pedro!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Júlia, escute…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Quer conversar? Tudo bem, vamos conversar. Saiam todos! – ela grita enquanto empurra Anadyr, Sílvia e Lorenzo – Prá fora todo mundo! Quero falar com este homem a sós!</font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-46808821260537104552011-09-23T16:19:00.001-07:002011-09-28T03:19:01.613-07:00Capítulo 128<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Então era verdade… Você tava mesmo grávida… – Pedro está visivelmemte transtornado – Meu Deus…!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sua esposa preparou uma armadilha e eu, ingênua, caí direitinho! Eu fui até o galpão porque você marcou para conversarmos lá. Pelo menos foi o que pensei. Mas na verdade era uma armadilha da Bruna. Ela me atraiu até o galpão, me agrediu e ateou fogo ao lugar… Ela disse que queria me matar.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Essa mulher é louca! – grita Bruna – Eu vi Júlia nas chamas e ela estava morta! Ninguém sobrevive a um incêndio como aquele! Eu vi, Pedro! A desgraçada morreu no meio do fogo! Essa mulher tá querendo nos confudir, nos humilhar! Provavelmente ela nem conheceu a Júlia! – ela dá uma risada sinistra – Ela ouviu essa estória de alguém, talvez o irmão da falecida tenha contado…! E agora quer tirar partido disso! Essa mulher é uma louca, mentirosa e cruel!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Cale a boca! – grita Francisco – Não fale da minha filha desse jeito, sua vagabunda assassina!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ela não é sua filha! A Júlia, sua filha está morta, velho! Essa daí é uma imbecil que quer tirar onda com a nossa cara! – fala Bruna, absolutamente descontrolada.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Júlia se volta para os convidados com um leve sorriso nos lábios.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Meus amigos da imprensa, coloquem como matéria de primeira página em seu jornal toda essa estória! Eu fui vítima de uma louca obsessiva que planejou minha morte com o objetivo de destruir minha reputação, minha moral… E o meu amor  por Pedro. Fui vítima de um canalha disfarçado de grande empresário que humilhou e expulsou minha família para encobrir as maldades da filha…!A criminosa aqui é Bruna, delegado Valdomiro. A manipuladora é ela. A imoral é ela. A mau caráter, inescrupulosa aqui é ela! O único crime que cometi foi me apaixonar por Pedro. – ela olha para Pedro com mágoa e triteza ao mesmo tempo.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Falsa identidade é crime, senhora! – fala o ex-prefeito Mateus – A senhora está dizendo que não é Jaila Rivera, mas sim Júlia Castro, supostamente falecida vinte e tantos anos atrás…! Durante todos esses anos, usou um nome falso e isso é crime! Sabe que pode ser presa por isso?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Por <u>isso</u>? Depois de vinte anos, sei lá?! Eu vou ser presa por ter adquirido nova identidade em outro país enquanto que para todos os efeitos estava morta aqui no Brasil? E Bruna ficará impune por tentativa de homicídio e incêndio criminoso? Eu serei punida e ela não?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Não há provas suficientes que garantam a culpa de Bruna… Já a senhora, está mais do que provado que cometeu falsa identidade! – diz o delegado.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Está esquecendo de uma coisa, delegado. Eu sou viúva de Benito Rivera, um dos homens mais ricos da Europa. – ela diz – Não considero o meu delito mais grave e digno de punição do que o de Bruna!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Acho melhor terminar com essa festa, Jaila. – fala Anadyr.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Júlia concorda. Alguns convidados vão embora, aturdidos e chocados com os acontecimentos… Apenas os envolvidos permanecem na mansão. Esta será uma longa noite!</font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-91854740548080004032011-09-19T16:37:00.001-07:002011-09-28T03:18:38.085-07:00Capítulo 127<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">De repente, Júlia ficou tensa, desconfortável com a situação. Esperou tão ansiosamente por este dia e agora sente-se perdida, fragilizada… Será que era isso mesmo que ela queria? Será que era esse desfecho que queria para a sua estória de vida?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Olhando para Pedro assim, tão perto e tão profundamente, ela não consegue raciocinar direito sobre o que deve ser feito agora que todos sabem quem é… Enquanto os convidados comentam num burburinho, a atenção de Pedro está em Júlia. Ele parece chocado com todas as revelações…! E ao mesmo tempo aliviado em saber que Júlia está viva… Ela por sua vez, não está feliz como imaginou que ficaria.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Pode ser que depois que Bruna for responsabilizada pelos crimes que cometeu, Júlia se sinta justiçada. Mas agora, nesse momento, ela sente apenas uma grande angústia…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Você é Júlia Castro?… – pergunta Bruna.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sou. Eu sou Júlia Castro, em carne e osso, querida. – ela sorri ese volta para Pedro – Por essa você não esperava, não é? Pensou que eu tivesse morrido naquele maldito incêndio…! Pensou que eu realmente tinha pedido dinheiro prá  ficar longe de você… Pensou que eu estava dando um golpe, que só queria o seu maldito dinheiro!… E não se lamentou nem um pouco pela minha morte… Deixou que eu fosse acusada de chantagista, assassina, golpista, vagabunda… Não tomou minha defesa em momento algum, acreditou em tudo o que disseram sobre mim! Não questionou nada. – as palavras fluem, os sentimentos se confundem… – Você foi um fraco, Pedro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ouça, eu não sabia… Como eu poderia te defender, Júlia? Você estava morta, e a Bruna era a única testemunha do que tinha acontecido no galpão!… – ele diz, ainda aturdido – Eu fui envolvido pelas circunstâncias! Tudo apontava prá você, Júlia! A estória do dinheiro, a falsa gravidez… Não tinha como não acreditar!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Júlia não se contém e dá uma bofetada em Pedro. Ela estremece de revolta, e é amparada por Sílvia.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Falsa gravidez… Não era falsa gravidez, Pedro. Eu estava mesmo grávida! – ela grita – E perdi o bebê naquele incêndio provocado pela sua maldita esposa! Ela me deu um soco, me empurrou e eu caí! Fiquei presa nas chamas enquanto ela se safava e ainda passava por heroína! Eu morri, Pedro. Naquele dia, eu morri. Só não morri de verdade, mas morri.</font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-87780651130020744322011-09-19T14:55:00.001-07:002011-09-28T03:18:08.431-07:00Capítulo 126<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__No momento não. – diz Anadyr com um sorriso e olhando para Júlia.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__E onde ela está? – quer saber Álvaro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Na Espanha, Júlia pôde aperfeiçoar seu talento para a culinária, contando com o apoio de Benito.Ela fez faculdade de Gastronomia, assumiu a direção do El Madrid… – Anadyr está um tanto emocionada – A trajetória dessa mulher é impressionante!… Formada em Gastronomia, Nutrição e Administração, escreveu vários livros de culinária, abriu uma rede de bistrôs em Paris… Ela fala sete idiomas fluentemente e conhece a Europa, a Ásia, África… Durante o período em que cursava a faculdade de Gastronomia, Júlia foi surpreendida com um pedido de Benito… – as lágrimas descem pelo rosto dela.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Um pedido?… – Rafael indaga.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Um pedido de casamento. – responde Júlia com firmeza e olhando para cada um deles, querendo saber suas reações…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Paula dá um gritinho levando a mão a boca.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Meu Deus… – ela se aproxima de Júlia – Você…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Benito casou com Júlia? – Álvaro está intrigado – Ele casou com a caipira antes de casar com a Jaila? Que imbecil!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Imbecil é você, Álvaro! – diz Paula – O maior imbecil que eu já vi! Aliás, você só perde pro meu irmão!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Benito casou só uma vez. Com Júlia. – fala Anadyr – Depois que o marido morreu, Júlia assumiu os negócios, como era do desejo dele.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Agora sim, parece que todos entenderam! A expressão no rosto de Pedro é um misto de incredulidade e indignação… Ele se aproxima de Júlia e quase sorri, como se finalmente  a reconhecesse…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Júlia… – ele murmura.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Feliz em me ver?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New"> </font></p> <p><font size="4"></font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1543841770343514251.post-82026365966047751982011-09-09T10:15:00.001-07:002011-09-19T11:21:00.876-07:00Capítulo 125<p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Rafael empalidece e se apoia em Natália. Os olhos de Sofia estão cheios de lágrimas… Ela olha para Júlia aflita e parece já saber que a famosa empresária Jaila Rivera é na verdade sua filha Júlia… Mas não diz nada, continua parada e quieta.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Pedro ainda não processou direito toda essa estória. Como Jaila pode saber tanto sobre a vida de Júlia?…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ainda intrigado, meu querido? – pergunta Júlia acariciando o rosto de Pedro – Você sempre foi lento prá entender as coisas!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Esse teatro todo é para quê, Jaila? – pergunta Pedro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Não é teatro. O delegado Valdomiro, o nosso amado ex-prefeito Mateus e mais outros ilustres moradores de Caiçara estão aqui para presenciar a verdade sobre o trágico incêndio no galpão ser revelada.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Que verdade? Até agora essa mulher contou uma estória fantasiosa sobre a morte de Júlia… Aliás, não sei porquê tanto interesse nesse assunto, já que você nem conheceu a Júlia…!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ah, está preocupado com isso? De como eu posso saber tanto do seu passado?… Não está preocupado em saber quem é o verdadeiro criminoso nessa estória?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Pedro respira fundo, cada vez mais desconcertado e confuso.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Olha só, Jaila… Minha vida particular não é da sua conta. – ele diz.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">Ela dá uma risada.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sua vida particular! Não estou falando da sua vida, Pedro. Estou falando da vida da Júlia. Ela conseguiu sobreviver a tentativa de assassinato que a sua querida esposa cometeu. Ela sobreviveu ao incêndio, mas perdeu o filho que esperava. – Júlia olha novamente para Sílvia – Por favor, Sílvia, conte a todos o que aconteceu com Júlia depois que foi prá São Paulo.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Bem, a Júlia ficou no hospital meses, se curando das queimaduras que sofreu no incêndio… E quando foi prá São Paulo arranjou emprego num restaurante. Morava de favor num quartinho de uma pensão… Não tinha dinheiro prá nada, o que ganhava mal dava prá comer…! Então, ela foi trabalhar num evento de gastronomia.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Como assim? Se ela estava morta, como pode ir prá São Paulo e arranjar trabalho? – quer saber Natália.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Tem razão, Natália. Júlia estava morta, para todos os efeitos. Então, ela assumiu uma outra identidade… Foi adotada por Sílvia e passou a se chamar Lígia de Assis. E foi como Lígia que ela conseguiu o emprego no Bom Sabor. – explica Júlia com uma calma assustadora – Pode continuar, por favor, Anadyr?</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Com prazer. – a mulher sorri – Meu patrão e amigo Benito Rivera compareceu ao evento em São Paulo naquela ocasião.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__O quê? Benito esteve no Brasil? Eu não lembro disso! - Álvaro está surpreso.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ele veio muito discretamente, como era do seu feitio. Sem alarde, sem imprensa, sem estrelismo…! Durante o evento, Benito conheceu Júlia Castro.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ah…! – exclama Raquel – Então foi isso! A garota tentou dar o golpe no Benito também! Deve ter contado uma estória triste prá conseguir dinheiro…!</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ladrão e chantagista só o seu marido, querida. – fala Anadyr – Júlia foi muito honesta com Benito, contou toda a verdade prá ele… Aliás, ele queria prender a todos vocês pelo que fizeram a Júlia, mas  ela não permitiu.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__E então?…</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Benito viu o talento de Júlia e decidiu levá-la para a Espanha, para trabalhar com ele na El Madrid.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Ela foi prá Espanha? – Paula pergunta, intrigada.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Sim, foi.</font></p> <p align="justify"><font size="4" face="Courier New">__Então…Júlia está na Espanha?</font></p> floramorosahttp://www.blogger.com/profile/15699424854238367854noreply@blogger.com0