Capítulo 127

19 de setembro de 2011

De repente, Júlia ficou tensa, desconfortável com a situação. Esperou tão ansiosamente por este dia e agora sente-se perdida, fragilizada… Será que era isso mesmo que ela queria? Será que era esse desfecho que queria para a sua estória de vida?

Olhando para Pedro assim, tão perto e tão profundamente, ela não consegue raciocinar direito sobre o que deve ser feito agora que todos sabem quem é… Enquanto os convidados comentam num burburinho, a atenção de Pedro está em Júlia. Ele parece chocado com todas as revelações…! E ao mesmo tempo aliviado em saber que Júlia está viva… Ela por sua vez, não está feliz como imaginou que ficaria.

Pode ser que depois que Bruna for responsabilizada pelos crimes que cometeu, Júlia se sinta justiçada. Mas agora, nesse momento, ela sente apenas uma grande angústia…

__Você é Júlia Castro?… – pergunta Bruna.

__Sou. Eu sou Júlia Castro, em carne e osso, querida. – ela sorri ese volta para Pedro – Por essa você não esperava, não é? Pensou que eu tivesse morrido naquele maldito incêndio…! Pensou que eu realmente tinha pedido dinheiro prá  ficar longe de você… Pensou que eu estava dando um golpe, que só queria o seu maldito dinheiro!… E não se lamentou nem um pouco pela minha morte… Deixou que eu fosse acusada de chantagista, assassina, golpista, vagabunda… Não tomou minha defesa em momento algum, acreditou em tudo o que disseram sobre mim! Não questionou nada. – as palavras fluem, os sentimentos se confundem… – Você foi um fraco, Pedro.

__Ouça, eu não sabia… Como eu poderia te defender, Júlia? Você estava morta, e a Bruna era a única testemunha do que tinha acontecido no galpão!… – ele diz, ainda aturdido – Eu fui envolvido pelas circunstâncias! Tudo apontava prá você, Júlia! A estória do dinheiro, a falsa gravidez… Não tinha como não acreditar!

Júlia não se contém e dá uma bofetada em Pedro. Ela estremece de revolta, e é amparada por Sílvia.

__Falsa gravidez… Não era falsa gravidez, Pedro. Eu estava mesmo grávida! – ela grita – E perdi o bebê naquele incêndio provocado pela sua maldita esposa! Ela me deu um soco, me empurrou e eu caí! Fiquei presa nas chamas enquanto ela se safava e ainda passava por heroína! Eu morri, Pedro. Naquele dia, eu morri. Só não morri de verdade, mas morri.

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