Capítulo 140

22 de outubro de 2011

Uma reviravolta. Foi o que aconteceu no dia seguinte ao depoimento de Pedro Moura. Em uma entrevista coletiva, Júlia ou melhor, Jaila Rivera, surpreendeu a todos… Ou quase todos.
__Antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a presença de todos. Embora a ocasião não seja das mais agradáveis, quero agradecer por se disporem a me ouvir. – diz Júlia – Como todos devem saber, eu sou Jaila Rivera. Mas meu nome verdadeiro é Júlia Castro e nasci na cidade de Caiçara. Há dezoito anos, eu fui vítima de uma intriga que quase me custou a vida. Eu tinha dezessete anos e estava apaixonada por Pedro Moura, que na época também era noivo de Bruna Agostine… – ela respira fundo – Essa parte da minha vida nunca foi revelada. Quando descobri que Pedro era noivo fiquei desnorteada, pois acreditei nas promessas de amor que ele fez… Bruna ao contrário, reagiu com calma e até certa frieza. Eu fui atraída para uma armadilha num galpão em Caiçara, planejado por Bruna com a conivência de seus pais… Ela me surrou e ateou fogo ao galpão… Eu estava grávida e perdi o bebê. Quase morri. Aliás, todos pensaram que eu tinha morrido no incêndio. Mas eu sobrevivi e tratei de continuar vivendo como outra pessoa, longe de Caiçara. Quando conheci Benito minha vida de fato mudou. Ele foi um grande amigo e incentivador… Eu ansiava por voltar ao Brasil para fazer justiça. Mas agora, acho que não preciso fazer nada. A justiça já foi feita pelo destino. Bruna e sua família já foram suficientemente punidos. Por isso esta entrevista hoje. Quero dizer que vou encerrar o caso do incêndio. Afinal, a minha vida mudou graças à maldade de Bruna!… Também estou devolvendo o restaurante Típico’s a Pedro e uma parte do Casanova a Álvaro e Rafael. – ela sorri de leve – A vida segue. As pessoas mudam, umas para melhor outras para pior… E algumas nunca mudam. Eu mudei. Não sei se para melhor ou pior… A vida me mudou. Espero ter esclarecido as coisas. Quanto ao caso do incêndio que foi reaberto em Caiçara, ele será encerrado definitivamente. Vamos deixar as coisas como estão.
__Jaila, o que você pretende fazer agora? Antes você estava tão segura sobre o caso do incêndio e agora desistiu de levá-lo adiante… – pergunta um jornalista. – Porque essa mudança repentina?
__Não foi repentina. Eu venho pensando nisso, em encerrar essa estória desde que voltei ao Brasil. Não estava sendo justa comigo nem com as outras pessoas envolvidas… Queria justiça, mas a troco de quê? Não faz mais sentido.
__Então o que pretende?
__Retornar a Espanha. Lá é o meu lugar agora. Vou voltar prá Madrid e continuar minha vida.
__Mas você também tem algumas contas a acertar com a lei… Como fica isso?
__Bem, falsa identidade é crime, eu sei. Mas eu não assumi uma outra identidade prá prejudicar ninguém. Apenas omiti algumas coisas e acrescentei outras… Mas em momento algum tive a intenção de prejudicar ninguém.
__E quanto ao Álvaro Agostine? Parece que você agiu de forma a levá-lo para o fundo do poço…
__Não, absolutamente. Álvaro sempre teve má índole.É ganancioso, egoísta, arrogante… Ele teve uma chance de apagar essa imagem uma vez com a presidência da El Madrid no Brasil e a desperdiçou. Um homem honesto jamais roubaria quem lhe deu a mão.
__Então não vai haver processo contra você por falsa identidade?
__Quem vai me processar?… Se isto acontecer, responderei numa boa. Mas não acredito que exista alguém interessado em levar isso adiante.  

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