Capítulo 143

31 de outubro de 2011

Pedro sorri ao ver Sofia abrir a porta da mansão.
__Como vai, dona Sofia?
__Como Deus quer. E você tá fazendo o quê aqui?
__Eu vim conversar com a Júlia.
__Chegou tarde, moço. Ela foi pro estrangeiro de manhã. Já deve é tá quase chegando nessa tal Espanha…!
__Já foi?… Tão rápido…?
__Pois é. Mas ela deixou umas coisa com o João, uns papel… Coisa do trabalho. – ela faz um gesto para ele entrar – O João tá no escritório.
__Ah, tá. Obrigado, dona Sofia.
Sabia que talvez não a encontrasse mais. De certa forma, Pedro sabia que isso aconteceria. Mas tinha esperança de conversar com Júlia ainda que pela última vez…
__Olá, João. Sua mãe disse que tem uns papéis prá mim… – fala Pedro entrando no escritório.
__Pois é. Minha irmã pediu prá te entregar isso. – ele passa um envelope grande a Pedro.
Pedro abre o envelope, curioso. Ora, mas que surpresa!…
__Mas isso é…
__Exatamente, Pedro. O Típico’s é seu novamente. E a fábrica em Caiçara também.
Pedro está pasmo! Porque ela fez isso?…
__Que coisa…! Porque ela fez isso, João?
__Justiça, talvez. – ele dá um sorriso – Talvez porque você também foi vítima da loucura de Bruna e compania… De qualquer maneira, eu acho justo.
__Não posso aceitar.
__Claro que pode. Deve aceitar. Poderá recomeçar sua vida com tranquilidade, sem se preocupar com dinheiro. Não era o que você queria?
Pedro respira fundo. O que queria mesmo era voltar no tempo e começar tudo de novo… Teria feito tudo diferente, teria seguido seu coração. E talvez hoje sua vida fosse melhor.
__O que eu queria era ficar com Júlia. Não devia ter casado com Bruna, nem aceitado a chantagem dos meus pais. Devia ter ficado com Júlia e deixar que meu pai e Álvaro pagassem por seus crimes. – ele diz com tranquilidade.
__Você ainda gosta dela?
__Sempre a amei. E talvez ela também me ame. Mas respeito a decisão dela. Não tenho o direito de exigir nada de Júlia à essa altura do campeonato. – ele se levanta e caminha até a porta – Obrigado, João. Vou considerar como um presente.
__Nada acontece por acaso, meu amigo. Para tudo há um propósito nesta vida… – ele sorri e levanta – Júlia não sobreviveu àquele incêndio a toa. Talvez tenha sobrevivido para que pudesse recomeçar a vida, para que tivesse uma segunda chance… Isso vale prá você também, Pedro.
Pedro saiu da mansão com o coração cheio de esperança. Quem sabe ainda consiga recuperar o tempo perdido?… E se não for tarde demais para ele e Júlia?… Mas como se ela foi para a Espanha e ele continua aqui?…

0 comentários:

Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.