Capítulo 144

31 de outubro de 2011

João sugeriu a Pedro que fosse para Caiçara conhecer a nova fábrica e o bistrô recentemente aberto em cooperativa com os operários. Pedro ficou entusiasmado com a idéia e já fez as malas. Natália e Rafael estão indignados com a decisão do filho de deixar o Rio para morar em Caiçara…
__Se ainda fosse prá passar uma temporada, umas férias, tudo bem! – fala Natália – Mas morar de vez é um absurdo!
__Absurdo por quê, mãe?
__Porque aquele lugar é horrível, Pedro! Passamos momentos horríveis lá!
__Vocês passaram, não eu. Tenho lembranças maravilhosas de Caiçara!
__Mas, meu filho, prá quê morar lá? – diz Rafael – Você pode administrar seus negócios daqui do Rio mesmo!… Nem precisa ir prá aquele fim de mundo!
__Meu pai, fim de mundo é aqui, isso sim! Eu vou ficar bem, não se preocupem. Acho que vou ficar melhor lá do que aqui.
__Tem certeza?
__Absoluta.
__Então tá. Mas vem nos ver de vez em quando? – Natália abraça o filho.
__Claro, mãe. E vocês também vão me visitar, hein! – ele beija Natália.
__É, talvez… Não gosto muito daquela cidade chinfrin, mas faço esse sacrifício por você, filhote!
__Então, eu vou indo.
E ele vai mesmo. Está entusiasmado, cheio de projetos na cabeça! Quer começar uma vida dessa vez mais simples e tranquila, como sempre desejou. Algo lhe diz que tudo vai dar certo dessa vez. Mesmo sem o seu grande amor, Pedro acredita que será feliz. Se a perdeu, fez por merecer. Não adianta nada lamentar. Até poderia lutar por ela, ir para a Espanha, “correr atrás do prejuízo” como se diz na gíria. Mas talvez não seja para ser, talvez não tenham de ficar juntos mesmo…

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